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Criatividade no Design Educacional: isso não tem lógica (parte 3)

Em algum lugar, vi a seguinte frase – “as impossibilidades são infinitas”. O processo de desenvolver soluções educacionais traz inúmeras possibilidades (e impossibilidades). O que irá ajudar você a identificar a possibilidade que deverá prevalecer são as restrições. Mas por traz de uma solução, há uma ideia que deriva de um pensamento. O Designer Educacional deve saber em quais momentos deve utilizar o pensamento difuso e concreto na sua solução educacional.

Lembrei: a frase que citei foi o slogan do filme do Dr. Estranho. Imagine você um personagem místico que é capaz de retroceder o tempo, criar uma dimensão paralela e ainda projetar seu corpo astral para ler um livro enquanto o seu corpo descansa. Por outro lado, um brilhante médico e cirurgião, que não acredita em nada além da lógica e no que a ciência pode mostrar. Este é o mundo de Stephen Vincent Strange, criado por Stan Lee, mestre na dualidade. Este enredo (recomendo que assista o filme) nos ajudará a entender o paralelo dos pensamentos propostos por Roger von Oech, no livro “Um Toc na Cuca”.

Roger cita em seu livro que matutou e chegou a diversos tipos de pensamentos que nós, seres humanos, somos capazes de executar. Ele os classificou em “pensamento difuso” e “pensamento concreto”. Aqui vai a tabela que o autor chegou (está lá na pg 42 para quem quiser ver o livro):

Para não perdermos o nosso exemplo, imagine que no lado concreto temos o Dr. Strange “cirurgião” e no lado difuso o “mago supremo”. Todos nós podemos “ativar” esses dois lados do pensamento, basta sabermos o momento certo disso. Você já deve ter escutado em alguma reunião: isto não tem lógica. Normalmente, quando pensamos pelo lado concreto é assim: ou é preto ou é branco – sem meio termos. Mas quando olhamos as coisas pelo lado difuso, vemos as várias tonalidades entre os extremos e até mesmo contradições.

O que desejamos propor neste artigo é que você selecione o momento certo para usar estes “óculos de pensamentos” no desenvolvimento da solução educacional da sua instituição. Na fase de concepção, liberte-se para utilizar o pensamento difuso, pois por ser mais maleável, trará a tona muito mais ideias do que o pensamento concreto.

Mas atenção: no momento de fazer a escolha dos itens que deverão “acontecer” no projeto, você deve colocar o óculos do pensamento concreto, para que enxergue as restrições do projeto (prazo, escopo, custo, qualidade) e filtre aquilo que pode ou não pode ser realizado.

Quer mais um exemplo? Veja a série Once Upon a Time, que trata da cidade fictícia de Storybrooke, onde moradores são personagens dos contos de fadas que tiveram suas memórias verdadeiras roubadas por uma maldição e foram transportados para o “mundo real”. Perceba o pensamento difuso e concreto trabalhado nesta narrativa e pense: como eu posso usar estas lentes no meu projeto de EAD?

Quando olhar por este prisma, lembre que o pensamento difuso trata de uma linguagem metafórica, isto é, ele sempre buscará alguma similaridade e semelhanças com algo familiar. Elas são as melhores aliadas em uma solução educacional quando você quer fazer com que ideias complexas fiquem mais fáceis de assimilar.

Observe este artigo: no momento em que eu, enquanto autor, procuro aproximar você desses pensamentos a partir do filme do Dr. Estranho, estou buscando algo que possa nos ser familiar para crescermos juntos em um entendimento. Sacou?

Então, resumindo, como diz Roger: na fase germinativa, use o pensamento difuso, mas na fase concreta e prática, quando você estiver analisando qual ideia irá para frente, utilize o pensamento concreto. Até o próximo artigo!

 

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