O ano de 2025 marcou uma virada importante para a Educação Corporativa no Brasil. A evolução acelerada da tecnologia, especialmente da Inteligência Artificial, mudou o ritmo e o formato dos treinamentos, forçando empresas a repensarem suas estratégias de desenvolvimento. A aprendizagem deixou de ser apenas reativa e passou a ocupar lugar central na estratégia de negócio, conectando-se diretamente à performance, inovação e cultura.

A seguir, um panorama do que moldou 2025 e do que deve ganhar força em 2026.

O que marcou 2025

1. IA integrada ao aprendizado

Ferramentas baseadas em IA passaram a apoiar várias etapas da aprendizagem corporativa: criação de conteúdos, personalização de trilhas, diagnósticos de competências e análise de dados. A automação liberou tempo das equipes de T&D e permitiu entregas mais rápidas, precisas e alinhadas às necessidades reais dos colaboradores.

2. Conteúdos curtos, aplicáveis e no fluxo de trabalho

A rotina acelerada fortaleceu o uso do microlearning e de recursos modulares. Vídeos curtos, quizzes rápidos, tutoriais on-demand e pílulas de conhecimento tornaram-se parte da rotina das equipes. A aprendizagem passou a acontecer de forma contínua, prática e conectada ao dia a dia — não apenas em momentos formais de treinamento.

3. Modelos baseados em competências

A lógica tradicional de cursos extensos e genéricos perdeu espaço para caminhos baseados em habilidades essenciais. Muitas empresas passaram a mapear suas competências críticas e, a partir disso, montar trilhas de aprendizagem específicas para cada papel, reduzindo desperdícios e aumentando a efetividade.

4. Inclusão e acessibilidade

O tema ganhou maturidade. Conteúdos pensados para diferentes perfis cognitivos, adaptações para pessoas com deficiência, legendas, linguagem clara e opções variadas de interação se tornaram práticas mais comuns. A educação corporativa passou a considerar as necessidades de grupos diversos, reconhecendo que inclusão também passa pelo aprendizado.

5. Cultura de dados e métricas reais

As organizações avançaram no uso de métricas mais inteligentes. Além do famoso “NPS do curso”, entraram em cena indicadores como retenção, aplicação prática, tempo dedicado, taxa de conclusão e impacto no trabalho. A visão orientada por dados ampliou a credibilidade do T&D e permitiu decisões mais estratégicas.

6. Experiências engajadoras

Com o apoio da neurociência e da andragogia, muitas equipes de DI passaram a criar experiências mais imersivas, leves e envolventes. Gamificação, storytelling, simulações e abordagens de “edutainment” ganharam espaço como ferramentas para aumentar o engajamento e melhorar a retenção do conteúdo.

O que deve ganhar força em 2026

1. IA como parceira estratégica

A IA generativa deve evoluir para um papel ainda mais ativo. Em 2026, ela será incorporada ao planejamento de aprendizagem, à produção de materiais, ao diagnóstico de lacunas e ao acompanhamento de performance. A tendência é que a personalização se torne mais sofisticada, ajustando conteúdos em tempo real.

2. Aprendizagem no fluxo do trabalho

Treinar no momento exato da necessidade — e não semanas depois — será cada vez mais valorizado. Ferramentas integradas às plataformas e rotinas diárias permitirão que o colaborador aprenda enquanto executa suas tarefas, reduzindo custos, aumentando a retenção e acelerando o desenvolvimento.

3. Ecossistemas de aprendizagem interconectados

As empresas devem consolidar ambientes híbridos que combinam LMS, LXPs, conteúdos on-demand, mentoria, comunidades de prática e experiências presenciais. A aprendizagem deixa de ser um evento e passa a ser um sistema contínuo.

4. Personalização e recomendação por dados

Plataformas de aprendizado utilizarão algoritmos para montar trilhas únicas para cada pessoa com base no que ela sabe, no que precisa aprender e nos objetivos estratégicos da empresa. Essa personalização orientada por dados será uma das principais alavancas de engajamento para 2026.

5. Bem-estar e habilidades humanas

O desenvolvimento humano seguirá central. Conteúdos voltados para inteligência emocional, autorregulação, colaboração e comunicação serão estratégicos para sustentar ambientes seguros e produtivos. O equilíbrio entre performance e saúde emocional deixará de ser tendência e se tornará expectativa.

6. Liderança como motor da aprendizagem

Líderes que estimulam trocas, criam espaços seguros e incentivam práticas de desenvolvimento serão essenciais. Em 2026, a aprendizagem deve ser cada vez mais impulsionada pelas lideranças diretas — e menos concentrada exclusivamente no RH.

O papel ampliado do Design Instrucional

O Designer Instrucional deixa de ser um produtor de conteúdos e se torna um articulador estratégico. Seu papel passa a envolver leitura de contexto, análise de dados, apoio na construção da cultura de aprendizagem e criação de experiências leves, relevantes e aplicáveis. O DI será cada vez mais mediador entre o que o negócio precisa e o que as pessoas realmente conseguem aprender.

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Imagem: Canva
Referências:
“Corporate E-Learning Market Growth Outlook 2025–2034”, Global Growth Insights (2024).  
“Insights into Global Training Trends for 2025”, Training Magazine (2025).  
“Pesquisa destaca tendências de Educação Corporativa em 2025”, Valor Econômico / Nower by K21 (2025). 
“Educação corporativa: tendência é personalizar o aprendizado”, Você RH (2025). 
“Educação Corporativa e Tecnologia em 2025: 4 Tendências que Estão Moldando o Futuro do Trabalho”, TecMais (2025). 
“Top Emerging Trends in Corporate Training 2025”, NetSkill (2025). 
“Transforming Learning: 10 Key Trends for L&D in 2025”, The Future Learning (2025).

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